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2 de setembro de 2019

Voltando da caverna da escravidão.



Estou sumida. Grata aos amigos que enviaram mensagens perguntando como eu estava e por se preocuparem comigo.
Eu perdi o acesso ao Blog. Entrava e dizia que eu não tinha blog. Este mês que vi que o erro era meu eu estava logada no Google em outro e-mail... dããã. Nossa como sou distraída. Pensei que tinha perdido definitivamente.
Foi um semestre longo e difícil.  Mãe terminando o tratamento de câncer, pai iniciando tratamento de câncer, pai operando o câncer, sobrinho roubando meus pais aproveitando que eles estavam debilitados, família brigando porque tiveram que fazer BO por causa dos 20 cheques roubados, descobrir que seu sobrinho tem mais de processos contra ele...
A recuperação do meu pai foi difícil, passava a noite (de 20h ás 10h da manhã) com ele, trocando fralda e ouvindo ele me gritar de 2h em 2h de dor. Estava exausta. Aprendi a silenciar e observar com a meditação, mas estes dias foram foda conseguir. Percebi que um tanto era fingimento do meu pai. Fizemos ir ao médico e fazer todos os exames disponíveis. Ele estava com uma infecção urinária e o resto era mentira. O médico disse que a dor dele era psicossomática. Mas não era. Ele ficou sem graça e disse que deve ter se enganado e nunca mais reclamou de dor, fingiu que nunca reclamou. Ficou um pouco sem graça e fingiu demência. Ele faz estas coisas para nos torturar.
Chorei de raiva dele e fiquei triste por sentir tanta raiva. Ele está velho, mas melhorou o comportamento, voltou a ir ao banheiro sozinho. Bem, o físico dele é frágil, mas a língua é afiada feito uma katana. Voltei a dormir em casa, mas eu estava acabada, moída física e emocionalmente o estrago tinha sido feito.  Fiquei mais de um mês não sentindo nada, como se estivesse em estado de choque. Ainda nem sei o que dizer ou sentir com relação ao que meu pai fez. Senilidade? Maldade? Egocentrismo? Tudo junto?
Voltei a chorar sem motivo, mas pelo menos sinto tristeza e medo do que vem pela frente porque antes eu me sentia oca, sem sentimento, fazendo tudo no automático.
Sei que fui além das forças de um bipolar em depressão. Sabe? Nós somos é porretas de fortes. Só nós sabemos a dor que existe latejando dentro de nós e mesmo assim fazemos muito, ajudamos quando na verdade precisamos de ajuda, cuidamos quando na verdade precisamos de cuidados, ouvimos quando na verdade precisamos de alguém que nos escute.
Que merda de ano. E ainda desde maio meu vizinho da direita está reformando a casa e destruindo a frente da minha casa e eu sem forças para brigar ou impor minha vontade. E agora o da esquerda começou a reforma também. Putz...
Estamos em setembro e a única coisa que fiz por mim este ano foi ir ao cinema assistir Vingadores com uma amiga que estava pior do que eu depois fomos lanchar. E esta foi a única coisa diferente e boa que fiz este ano.
Estou tão sem energia, vontade de só ficar deitada.  Olho para minha casa e ela está tão suja, só arrumadinha, sinto tanta culpa por isto. Não tenho forças para fazer comida. Estou comendo mal e me endividando pedindo marmita. Acho que queria um início de euforia, pois fico com energia para tudo. Pena que depois só faço merda. Mas... vou sobreviver. Um dia de cada vez.




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