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11 de janeiro de 2019

Conversando com a depressão




Estou lendo o livro de Elizabeth Gilbert, Comer, Rezar e Amar. Assisti a este filme várias vezes. A primeira vez que assisti achei bonito, deu vontade de deixar tudo para trás e sair viajando pelo mundo. Mas a vida não é tão simples.
Depois conheci a Sahaja Yoga e comecei minha vida mudou, tudo ficou mais nítido, comecei a ver o mundo com uma lente grande angular. Um dia, sem nada para fazer, o Filme Comer, Rezar e amar estava repetindo na TV. Assisti de novo. Como assim, de novo não, na verdade assisti pela primeira vez. Como eu não tinha percebido tanta coisa antes?
Depois que comecei a meditar, o filme se transformou, na verdade a minha capacidade de perceber as coisas se transformaram. Assisti a um novo filme, com os mesmos atores, falas e paisagens, só que tudo com um novo significado. Chorei de emoção ao perceber que eu mudei para melhor.
Dormindo um dia deste na casa dos meus pais, fui guardar minha nécessaire em um pedacinho do guarda roupa que me permiti usar nos dias que preciso dormir lá e atrás estavam os livros da minha sobrinha que já morou lá. Que livro vejo? Comer, Rezar e Amar de Elizabeth Gilbert. Peguei emprestado. Minha sobrinha tem a qualidade do desapego. Deixa tudo dela exposto para quem quiser emprestado pegar.
Sem spoiller, mas falando de uma parte do início do livro, ela está feliz na Itália e do nada, duas velas amigas a encontram lá. A depressão e a solidão. E começam um diálogo com ela a seguindo até seu apartamento.
É, não importa onde estamos, no deserto ou na praia, nas montanhas ou no gelo, se elas quiserem, elas nos encontram. Não tenho muitos problemas com a solidão. Geralmente a admiro e desejo. Mas a sua companheira...
Neste encontro ela fala que a solidão começa a conversar com ela, e se deixar fala por horas. Não acho que seja a solidão a falar, acho que a depressão fala comigo com a minha própria voz, me puxando para baixo. Teima em relembrar o passado, as coisas que fiz e não deveria ter feito ou deveria ter feito de outra forma. Quando caio na asneira de argumentar: _ Mas eu não sabia, não tinha a informação, experiência e sabedoria que tenho hoje. Ela nunca aceita a resposta, argumento, julga, condena.
Quando eu caio na besteira de dar ouvidos a ela, ela fica batendo na mesma tecla, como um loop infinito. Ela acusa, eu argumento, ela reforça, eu me defendo... Aaaahhh.
Grito:
_ FIQUE NO AGORA, O PASSADO PASSOU, PARE DE REVIVÊ-LO. Levanto, sento-me em frente ao meu altar e medito, faço as técnicas que aprendi na Sahaja. Antes de aprender a meditar, eu ficava assim até o Sol nascer. Não acontece mais com tanta frequência, mas ainda acontece. Antes era diariamente, hoje em dia fico bons tempos sem passar por isto. Se deixo de meditar vai voltando devagar e se instalando. Meu filho percebe e fala. Vai meditar mãe, sei que você não está meditando, percebo.
Quando li Elizabeth Gilbert, descrevendo este diálogo e esta experiência tão bem, infinitamente melhor do que eu percebi que deve ser assim com mais pessoas, não sou tão doida. É que poucos falam e muito menos escrevem em um livro autobiográfico de tanto sucesso.
Recomendo este livro a todos.

7 de janeiro de 2019

Bupropiona para fibromialgia \ dor crônica




Parei de tomar o Lítio, mas a Bupropiona é mais difícil, consigo ficar 2 semanas sem, (tomo só 75mg 1 vez ao dia), aí começo a chorar por tudo, as dores pioram, a energia vai embora. Volto a tomar.
Se me fosse concedido um desejo, desejaria ter saúde física e emocional. Mas ainda ia preferir à física. Como é ruim sentir dor 24h por dia.
Queria coisas simples. Consegui ter ânimo e energia ao acordar para arrumar casa ou fazer uma caminhada. Sinto-me tão impotente, inútil, tenho vergonha de estar tão sedentária.
Ando muito triste por causa destas limitações. Sinto como se meu corpo estivesse febril, assim como ficamos com uma gripe forte. Não tenho ânimo nem de ir ao médico. A dor tira a vontade de tudo (menos de comer, estou GORDA).
Fiquei o mês de dezembro sem o Bup. Voltei hoje, vamos esperar ele fazer seu milagre: tirar a vontade de chorar até por coisas lindas, amenizar a dor generalizada e melhorar a minha energia.
Nem fui ver meus pais este fim de semana. Não conseguia sair da cama, e quando conseguia, era com tanto esforço por causa das dores que nem sei se sou boa companhia. Como estou inútil. Até ficar sentada pioram as dores. Tenho que parar com esta mania de parar de tomar as medicações.