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31 de maio de 2011

Eu me surpreendi comigo mesmo

Hoje foi a tão esperada reunião com os pais do meu aluno. O pai chegou pronto pra briga. O desarmamos, percebemos que a mãe não falava a verdade para ele, omitia o que o filho fazia na escola. Ele ficou bravo.

Fui tão sábia em minha palavras, tão ponderada, que ao final da reunião fui elogiada pela direção da escola. E sem fingimento dei um abraço verdadeiro na mãe que chorava.

Saí renovada. Espero que amanhã ela não recaia e em casa mude o rumo da prosa.

E meu colega de trabalho, lindo, perfeito, chegou com um presentinho para mim. Fiquei tão feliz, ainda mais porque as colegas ficaram com invejinha, kkkk mas invejinha do bem. Porque antes nos odiávamos, hoje somos amigos. É sempre bom conquistar mais um amigo, melhor que conquistar inimigo.

O dia só não terminou perfeito porque ao comprar meus remédios pelo motoboy no domingo, a maquininha dele, clonou meu cartão. Então agora estou com cartão bloqueado e terei de esperar no mínimo 10 dias para chegar outro.  Mas pelo menos o banco bloqueou na hora. Isto foi bom. Mas ao sair para almoçar no shopping com meu filho tive que passar vergonha ao ter o cartão rejeitado. Tudo bem, não é a primeira vez. Mas sempre meu banco BRB, agiu a tempo.



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30 de maio de 2011

Mudança repentina de humor. Pode?

Será que posso mudar de humor repentinamente? As vezes acho que sim.

A mãe do meu aluno está me irritando tanto que pedi ajuda para a diretora. Ela me provoca, mente, arma, se faz de superior, vítima. Ela realmente acha ser mais preparada, inteligente e tudo mais que nós. Na minha escola nenhum professor tem menos que pós, e muitos tem mestrado. E a tal mãe, que é dona de casa, nunca trabalhou e tem apenas 2º grau, se acha a "tal".

Até que enfim amanhã será a reunião com ela, minha diretora vai participar pois pedi para ela estar junto, e mais a supervisora, a orientadora, a coordenadora e eu. Tanta confusão por troca de figurinhas. Fala sério. Não sei o resto do mundo, mas eu resolvo isto entre as crianças mesmo, ensino como solucionar e gerenciar problemas e passo pra frente. Coisa de quem é atoa na vida mesmo.

Mas ela está me irritando tanto que tenho medo de, mesmo estando numa boa fase da vida, surtar e pular no pescoço dela, ou alterar demais minha voz. Seja o que Deus quiser. O que tiver que ser será. Não sei se podemos alterar um estado de humor para outro assim, rápido, na hora de extrema raiva. Vou saber amanhã.

26 de maio de 2011

Lítio e aumento de peso.

Sempre fui magra, passei minha infância e adolescência aguentando as gozações por ser muito magra. Depois veio a gravidez e a primeira grave crise de depressão, o primeiro episódio grave de hipomania, e com eles, os remédios.

Aí comecei a engordar. E como sempre fui muito magra, as pessoas ao me verem espantavam por eu estar acima do peso, não combinava. Agora após anos de medicação, estou com muitos quilos a mais. Auto-estima baixa, falta de coragem para fazer atividades físicas, e de não posso fazer qualquer atividade também, estou com hérnia de disco.

Estou me sentindo péssima. Uma vez parei as medicações só para poder emagrecer, tive uma recaída daquelas... horrível.

Ano passado me isolei do mundo e consegui emagrecer 12kg. Este ano estou bem, então não quero me isolar e acabo que sempre saio com amigas, e com isto vem as festinhas, comidinhas, comemorações mil. Não estou engordando, mas emagrecer o resto que tenho que emagrecer nada...

Já tenho medo de relacionamentos, depois das merdas que já fiz em meus períodos de euforia, ainda junta com este peso extra. Aff... preciso conseguir emagrecer. Não posso parar com as medicações. Tenho que conseguir fazer a dieta.

Minha reeducação alimentar é tão bipolar quanto eu.

21 de maio de 2011

Eutimia


EUTIMIA:  eutimia, usualmente, é definida como a remissão dos sintomas, entretanto, idealmente, seria o período no qual o paciente não apenas estaria sem sintomas, mas (re)integrado funcionalmente em suas atividades de rotina. O objetivo do tratamento, portanto, é manter o paciente sem sintomas.


A euforia bateu a minha porta e foi embora. Como sinto sua falta. Com ela me sinto mais sensual, mais viva, mais bonita, com ânimo para sair e ser feliz. Sei que em meio a todos estes sentimentos está um pouco de delírio. Não fico tão sensual quanto imagino e nem invencível. A felicidade se assemelha a irresponsabilidade e a cegueira, porque não vejo os perigos de meus atos.

A tantos anos convivendo com minhas variações de humor que as vezes a eutimia parece tediosa e triste. Ou será que estou sentindo isto porque a depressão está sempre me espiando pela fresta da porta, acho que fica observando quando pode entrar, quando terá uma oportunidade.

Ultimamente tenho vencido as variações, mas esta luta tem me cansado, sinto-me só. A solidão sempre foi algo que amei, mas ela tem me deixado triste. Quero sair, não tenho uma pessoa fixa, as vezes tenho convites em excesso e as vezes nada. E normal isto, mas ultimamente anda me incomodando.

Não sei, acho que sento os ares da euforia e ela se foi. Senti como se tivesse visto um grande amor e ele apenas tivesse passado andando por mim e trocado um simples olhar.  Agora é respirar fundo e tentar manter minha eutimia. 


17 de maio de 2011

A sedução irresistível da euforia


Por que eu fui conhecer este cara? Merda, eu gostei de ficar com ele. Passamos a tarde toda e parte da noite juntos, transando, foi maravilhoso! Estou toda dolorida e feliz.

Mas aí, acordei hoje e comecei a pensar sobre o quão pouco sei dele, e o que sei, não sei se é verdade. Medo de cair em outra enrascada. O problema é que não estou em euforia. A euforia é sedutora e envolvente, se eu estivesse em euforia, não estaria pensando tanto nas conseqüências, estaria curtindo o momento, me entregando e vivendo loucamente. Eu gosto dela, não posso negar. Faz-me sentir viva e sem a sensação de estar perdendo tempo, vivo semanas em um dia.

Mas não estou em euforia, a vida está com o colorido normal, estou estranhamente lúcida. Penso nas conseqüências, estou racional. Escuto cada coisa que ele me fala sobre ele. Analiso... Não tenho provas do que ele fala é verdade, nem se os telefonemas que ele faz em minha frente sejam reais os finais em que ele dispensa as ex ficantes. Acho tudo tão falso. Ou não? Prefiro pecar por confiar de menos e me proteger demais.

Não gosto do que estou sentindo, não gosto de me envolver, de ficar esperando alguma mensagem, de não ter como prever o desenrolar dos fatos.

Gosto da euforia, não espero, faço acontecer, ou então eu não me importo, uso os homens e os descarto sem o menor sentimento ou pudor. Mas não estou em euforia, estou eutímica, e nem sei se gosto desta fase.  A euforia me seduz, me chama e eu a amo, só não amo suas conseqüências.

14 de maio de 2011

Fim de noite

Ainda bem que meu dia ontem acabou suuuuuuuuuper bem. Fui à festa com minha sobrinha, já que minha amiga e meu beijante me deram bolo. No início fiquei mal humorada porque achei que ia rolar só musica sertaneja. Eu definitivamente odeio. Mas... O DJ era ótimo e quando o álcool começou a substituir o sangue, as músicas ficaram perfeitas e dançantes. Raros ficaram sentados. A festa era para umas 50 pessoas.

Dancei tanto, bebi chopp escuro que amo, caipifruta e fizemos vira-vira de Tequila. Cara, foi bom, meus pés ficaram dormentes de tanto dançar. Foi bom demais, se eu tivesse ido acompanhada eu não poderia ter soltado tanto a franga assim.

Acordei hoje 6h, mal tinha chegado da festa. Sentia metal correndo pelo meu sangue. É o efeito do Lítio com álcool. Parece que sinto o movimento do lítio em minha corrente sanguínea.Uma ressaca FDP. Mas feliz, ri demais, bebi demais, dancei demais, comi pouco. Perfeito.

Mas estou chateada porque meu beijante não me ligou e nem entrou no MSN, pelo menos não ficou visível para mim. No fundo eu gostaria de sair com ele hoje. Que saco, acho que não vou querer mais vê-lo, detesto esta sensação de ficar esperando que alguém se lembre de mim, esta ansiedade, esta sensação estranha, a mania de ficar imaginando o pior do porque não recebi a ligação. Acho que estou me apegando. Hora de dispensá-lo, basta meus sofrimentos bipolares, não preciso acrescentar nada a eles. Detesto quando eu começo a esperar algo da pessoa. Fico muito melhor só. Prefiro meu casulo.

Ai, que ressaca!!!




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13 de maio de 2011

Dia estranho

Tive uma noite perfeita, beijei muito na boca, conversei muito, conversas agradáveis com um homem realmente inteligente, agradável, romântico. Não sei se vai rolar, mas já valeu por esta noite.

Acordei feliz, empolgada, animada, com a criatividade e minha parte artística a flor da pele. Queria repetir a noite, mesmo tendo dormido apenas 3 horas durante a noite e acordado 5:45h para ir trabalhar eu me sentia descansada.

Coisas aconteceram, um aluninho chegou desfalecendo de fome e dor por ter apanhado muito do pai. O abracei, chorei, choramos juntos. O pai dele o buscou, sei que ele será espancado  por ter contado para a escola, acho que ele foi abusado, porque eu não achei marcas da surra que ele levou, mas ele apontava a parte de baixo da coluna como se fosse o ponto da dor. Que impotente sou eu, não pude fazer nada a não ser ver os olhos suplicante dele me olhando enquanto o pai dele o levava embora. Chorei, mas não ficarei quieta. Hoje mesmo eu iniciei um trabalho de formiguinha conversando e convencendo os vizinhos dele a tomarem uma atitude. Porque não posso fazer uma denúncia sem provas e nem sobre as coisas que os vizinhos me contam, já tentei isto e nada. Me orientaram a pedir que quem realmente viu algo fosse denunciar.

Depois tentei focar em uma festa que vou hoje a noite, espero a 1 ano esta festa. Minha amiga que ia comigo me deu o bolo, não vai mais e meu ficante? beijante? sei lá oq, disse que ainda não tem certeza se vai.

Porra!!! Não sei o que pode acontecer daqui para meia noite. E olha que as variações de humor do dia nem foram por causa da bipolaridade. Hoje o trem tá foda. O problema com meu aluninho e 2 bolos no mesmo dia? Acho que o melhor seria ir dormir. Murphy me ama ou odeia, sei lá.



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10 de maio de 2011

No limite.

Estou assim... falante, me sentindo equilibrada, mas no limite. Na verdade estou com medo das minhas reações. Tem uma pessoa me irritando, testando meus limites no trabalho, sem ela saber, ou sabe, sei lá.

Em uma reunião fiquei ouvindo as barbaridades que aquela idiota falava sobre minha chefe. Sabia que era parte mentira, parte exagero. Só ouvi, uma frase que ela falou reagi, alterei a voz, respirei, calei novamente. E viajei, me imaginando pulando em seu pescoço e esganando, batendo a cabeça dela na parede até ver sangue.

Esta imagem, esta criação mental me fez sentir um pouco vingada. Olhava pra ela e pensava. Coitada, não sabe a fúria que pode se apossar de mim quando estou eufórica. Não sabe com quem está mexendo. Fiquei olhando para ela com cinismo, não sei o que é pior, minha expressão de cinismo ou de raiva. Foda-se. To nem aí. Se ela continuar a me irritar não me responsabilizo pelas minhas reações. Nunca sei o que posso fazer, ou reagir violentamente, ou entrar em profunda depressão. O que será que vai acontecer desta vez?

6 de maio de 2011

Cansada

Estou cansada, meu trabalho está me esgotando. Sou professora, faço meu mehor sempre pq amo oq faço. Mas este ano estou no meu limite. Vários alunos diagnosticados (TDA, TDAH, DPAC,TC...) pq minha escola é inclusiva. Mas os pais são mais doidos que eu.

Pela primeira vez penso na possibilidade de aceitar a luta para ser readaptada e sair de sala de aula. Não estou sendo boa professora, esquecendo demais das coisas, não estou conseguindo cumprir metas, seguir a sequência dos planejamentos. Aliás, nem planejamentos estou conseguindo fazer. Em sala sei que sou boa, mas coordenar, montar planos de aula, de curso. Minha cabeça não quer mais funcionar.

Ontem saí com amigas e uma amiga que foi readaptada e aposentou este ano falou que começou o processo de sair de sala ficando assim como eu. Eu não queria sair de sala pq gosto dos meus alunos, eles que me alegram. Mas ouvindo-a relatar oq passou percebi que talvez este quadro de desorganização, seja da doença e que possa se agravar mesmo. Não sei. Isto me preocupou.

Será que com a idade eu vou piorar, sei que as variações diminuem pq meu anjo (psiquiatra) acertou em cheio na dosagem. Aliás, sempre que preciso ele acerta e faz quantos reajustes e retornos forem precisos.

Não queria ir ao meu anjo este mês para não pagar consulta, e como estou estável ele me deu receita para até julho. Vou pensar.

5 de maio de 2011

Me sinto em um lago congelado.

Me sinto assim... andando só sobre um lago congelado.

Um lugar belo que me traz felicidade pelo vento agradável, pelo frio que tanto amo, pela solidão que aprecio, pela paisagem emocionante.

Mas em baixo desta camada de gelo eu não sei o que existe, isto me amedronta e o que mais me assusta na verdade é que nunca sei quando pisarei na camada mais fina do gelo e afundarei...

Tenho medo quando tudo está calmo, de quando estou estável... tenho medo de qual variação de humor virá.

1 de maio de 2011

Melhorei

Ontem eu estava no fundo, do fundo do poço, as costas ainda doendo muito. Tivemos nossa tradicional macarronada de s´bado em família. Meu filho não foi. Que pena, perdeu, foi o único da família a faltar.

Decidi não tomar nenhuma medicação, só novalgina para dor, para que eu aguentasse o dia. Chegando na casa da minha sobrinha eu estava com vontade de chorar, fui dar mexirica pra Rottweiller dela, jogava lógico, não queria ficar sem minhas mãos. Andei descalço pela grama dela, isto me acalma. E aí, decidi beber todas, entornei as cervejas, fiquei relaxada, feliz, ri muito, conversei demais, e bebi novamente. Não estava dirigindo mesmo.

Cheguei em casa, dormi um pouco, tomei banho e fui ao shopping com minha sobrinha e minha irmã. Andamos atoa, e as 22h fomos assistir "Água para elefante". Comecei a chorar nos 2 primeiros minutos do filme e parei 1h depois que acabou o filme, na hora que dormi. Foi bom chorar tanto, lavou minha alma. Hoje almocei com meus pais e meu filhão almoçou comigo. Fiquei tão feliz. Filho só de nos abraçar com carinho nos faz voltar a viver. Tomei mais um pouco de cerveja hoje e um pouco de conhaque. Não tomei meus remédios hoje novamente para poder beber.

Amanhã volto pra a medicação e para a dieta. Paro de beber e espero não recair. Este fim de semana com família e álcool foi melhor que qualquer antidepressivo que existe no mundo. A sim, e com minhas cachorras que perceberam que eu estava triste e fizeram muitas gracinhas e meus 4 gatos que me vendo infeliz dormiram todos na minha cama, nem podia me virar, mas valeu.