Por do Sol em Brasília |
Bem
faz apenas 1 mês e 21 dias que aposentei, ainda não me sinto aposentada, nem
com tédio, nem com saudades do trabalho, se é que um dia sentirei. Sinto-me de
férias.
No primeiro mês quis abraçar o mundo com as
pernas. Tanto tempo me segurando para conseguir trabalhar, sendo “alegre”,
suportando as dores da fibromialgia sem reclamar e me entupindo de analgésicos
e antiflamatório para dar conta do recado. Mas não soube lidar. Me entreguei,
sofri com as dores, fiz repouso, tive medo do futuro achando que ficaria assim,
quase de cama para sempre.
Acordei cedo todos os dias, queria arrumar a
casa, armários, guarda-roupa... Comecei foi piorar, ficava me cobrando fazer as
coisas e ter rotina. Porque todos falaram que era importante. Deprimi, as dores
voltaram com tudo. Aí pensei. Pela primeira vez desde os 19 anos de idade que vou poder respeitar meu corpo, fazer só o que
eu conseguir e quiser. A casa existe para me servir e não o contrário. Não
tenho marido para me cobrar e tenho um filho que vale ouro e me entende e
respeita.
Relaxei. Arrumo casa no dia que acordo sem
dor. Só pela manhã, a tarde me reuso. Mas se tenho algum programa deixo a
arrumação para amanhã. Estou com dores? Deito, assisto filme, faço comida fácil
de fazer ou saio ou durmo ou vou caçar Pokémon (hehe). Gente, ficar sem trabalhar
também é uma arte.
Passado este um mês de aposentada, comecei a
melhorar. Mas ainda estou aprendendo.
Eu me dei até julho para deixar meu corpo se
curar, ou pelo menos melhorar. Comecei a sair mais, ver o por do sol de
Brasília que é linnnndoooo!!!! Desencanar com este negócio de ter que deixar a
casa arrumada. Porque sempre tive isto, Domingo tenho que deixar tudo arrumado
porque na segunda começa tudo de novo. Mas para mim agora todo dia é sábado.
Queria entrar na academia, resolver isto e aquilo.
Calma sua bipolar, sem pressa. Vou FAZER NADA até julho. Dar este tempo para
meu corpo e mente que sempre quis e nunca pude. Em agosto paro, faço um introspecção,
analiso a minha vida, crio uma rotina levando em conta minhas limitações,
fibromialgia, bipolaridade. Estou ótima, nunca estive melhor. Tenho certeza que
vou melhorar ainda mais.
Olho para trás e vejo o quanto fui guerreira,
quantos dias fui me arrastando trabalhar, mancando, chorando ou agressiva
querendo matar um... Sério, nós
bipolares somos fodas. Vencemos batalhas diárias, temos dias péssimos, mas
conseguimos ter dias bons apesar de tudo. Períodos bons, normais, produtivos.
Somos MARAVILHOSOS!!!!
Introspecção, introspecção. Um dia de cada
vez, vivendo sempre o agora. Vai dar tudo certo.
Netflix
me aguarde, vou te usar e muuuuito.